LÍNGUA PORTUGUESA


A partir das definições apresentadas a seguir, compreenda a distinção entre Língua Padrão e Língua Coloquial:

Língua Padrão

O termo primordial que caracteriza a língua padrão é correção. Trata-se de não transgredir a ortografia, o vocabulário, o estilo, as normas ou as famosas regras de concordância verbal e nominal, de regência, de pontuação. E, ainda, de empregar corretamente as flexões de gênero e número das palavras, as corretas flexões verbais, os termos adequados nas construções de frases. O que é necessário é escrever corretamente, isto é, sem erro. É esta variante culta que determina as revisões de linguagem em gráficas, editoras, jornais, secretarias e demais órgãos que utilizam a língua no padrão culto em seus exercícios de trabalho.

Língua Coloquial

Este é o nível que caracteriza propriamente a língua como produto da racionalidade humana. Antropologicamente, o homem é o animal dotado de linguagem articulada por meio de signos, de símbolos sonoros, produzidos pela voz, que representam o mundo biossocial. É o nível da voz do animal “homem”. Biologicamente, os animais possuem “vozes”, como aprendemos nas séries inicias de nossa vida escolar. O cão late, o gato mia, o boi berra, e assim por diante. Já o homem fala. Essa é a voz do animal racional, do homem. Mas não é uma voz simplesmente “fisiológica”, decorrente do instinto animal. É a voz codificada pela língua, pelo idioma. Portanto, racional. A língua coloquial é a “verdadeira” língua do homem, ser social.

Depois de ler e comparar as duas definições de níveis da Língua, identifique as alternativas que apresentam características da Língua Coloquial:

(A) É aprendida em casa com os pais, portanto é também chamada de língua materna.

(B) É adquirida por meio de estudo. Aprende-se, estudando e não só ouvindo os outros.

(C) É natural, espontânea, informal. A língua é usada automaticamente.

(D) É artificial, suas expressões não jorram espontaneamente do falante, do emissor.

(E) É emitida com a naturalidade própria do falante, decorrente de sua cultura.

(F) É pensada, ensaiada, cuidada, podendo ser modificada no decorrer do discurso.

(G) É de vocabulário reduzido, simples. Não existe preocupação com o “erro”.

(H) É de vocabulário amplo, refinado, erudito. Presente nas obras de grandes escritores.

A sequência correta encontra-se na opção:                       


A, B, C, D            


C, D, E, G


B, D, F, H


A, B, D, F


A, C, E, G

Esta é uma variante ou apenas um aspecto sob o qual a língua é considerada. É o nível próprio da linguagem formal, em suas estruturas gramaticais apresentadas ou expostas nos livros de estudo sobre a língua, como as gramáticas, os dicionários, as obras dos escritores de renome ou de elevada qualidade intelectual. É o nível que identifica as chamadas pessoas cultas, dotadas de escolaridade elevada, detentoras de cursos universitários ou simples autodidatas de notório saber, quando escrevem ou quando falam. É o nível presente nos textos científicos, literários, didáticos, oficiais, jornalísticos, os quais são elaborados ou redigidos dentro das normas de correção conforme as regras ou normas estabelecidas pela “gramática”. Daí uma das denominações deste nível: norma padrão. (MAMEDE, 2017)

Sobre a Língua Padrão é correto o que se afirma em:


A língua, muitas vezes, chamada de língua materna, por ser, tradicionalmente, a mãe é a primeira a ensinar a criancinha a falar.


As palavras ou os termos empregados são adquiridos individualmente, conforme o grau de estudo e de leitura de seu usuário.              


A língua usada automaticamente, simultaneamente ao pensamento. Não é ensaiada, não é pensada anteriormente, não é planejada.


A língua articulada ou emitida com a naturalidade própria do falante, com seu linguajar decorrente de sua cultura, antropologicamente falando.


A  “Verdadeira” língua do homem, ser social. É por ela que ele se comunica e se interage na sociedade.

Leia atentamente o trecho a seguir, do livro “Amanda e os Nanorobôs”, de Eliú Quintiliano, e responda ao que é solicitado.

“Alyessa, acostumada ao conforto que sempre viveu, lembrava-se da amena temperatura que as paredes frias do castelo proporcionavam ao interior do palácio, aonde morava com sua família, o teto era alto em todos os cômodos do castelo, mesmo que o grande astro azul com todo seu brilho banhasse com seus raios o castelo o dia todo, dentro do castelo sempre era muito fresco, mesmo no auge do verão.”

Disponível em: Acesso em 04 set 2017.

No texto, a respeito de alguns fatos da norma padrão ou língua culta que, frequentemente, geram confusões, dúvidas e os desagradáveis desvios, há um trecho que não está de acordo com a gramática normativa. Analise as afirmativas que seguem.

I. No trecho “o teto era alto em todos os cômodos do castelo”, a palavra em destaque está escrita inadequadamente, pois o correto, nesse caso, é auto.

II. No trecho “aonde morava com sua família”, a palavra em destaque não está empregada corretamente, pois deveria ser onde, indicando o local da moradia.

III. No trecho “dentro do castelo sempre era muito fresco, mesmo no auge do verão”, a palavra destacada está escrita inadequadamente, pois o correto, nesse caso, é alge.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s) presente(s) em:    


Em I e II.


Em II e III.


Apenas em III.  


Apenas em I.    


Apenas em II.   

Muitas vezes, as pessoas têm dúvidas a respeito do uso de alguns termos, ao descrever o emprego correto de alguns casos especiais da língua. Após seus estudos acerca das dificuldades mais frequentes da língua, assinale C para as frases que estiverem gramaticalmente corretas e E para as erradas.

(  ) Foi-me feito um pedido: é para mim avaliar o livro.

(  ) Voltamos a fim de cumprimentá-lo pela formatura.

(  ) Moro a cerca de duas quadras da universidade.

(  ) A tempo que não te vejo.

A opção correta é:                         


E, C, C, E.            


E, C, C, C.


C, E, E, C.            


E, E, E, C.            


C, E, E, E.

Leia o texto:

Um Apólogo

Machado de Assis

[...] Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima. A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:

— Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.[...]

Disponível em: Acesso em 05 set. 2017.

Observe as palavras grifadas nos fragmentos extraídos do texto “Um Apólogo” de Machado de Assis:

Grupo I-

Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há* pouco?

Não repara que esta distinta costureira só* se importa comigo...

Vamos, diga lá*...

 

Grupo II-

... e não está* para ouvir palavras loucas.

A agulha vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também*...

... continuou ainda nesse e no outro, até* que no quarto acabou a obra...

... enquanto você* volta para a caixinha da costureira,

 

Grupo III-

E era tudo silêncio* na saleta de costura...

... levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário*.

... fazendo parte do vestido e da elegância*?

 

Depois de comparar as palavras com asterisco, identifique qual foi o critério adotado para organizá-las em grupos, marcando a alternativa correta:              


As palavras foram organizadas por apresentarem o mesmo número de sílabas e  a mesma regra de acentuação: Grupo 1: Monossílabas -  Monossílabas Tônicas; Grupo 2: Dissílabas - Oxítonas; Grupo 3: Trissílabas - Proparoxítonas.


As palavras foram organizadas por se encaixarem em uma mesma regra de acentuação, embora não apresentem o mesmo número de sílabas em cada grupo: Grupo 1: Oxítonas; Grupo 2: Paroxítonas; Grupo 3: Proparoxítonas.    


As palavras foram organizadas por terem o mesmo número de sílabas e a mesma regra de acentuação. Grupo1: Monossílabas - Monossílabas Tônicas; Grupo 2: Trissílabas - Oxítonas; Grupo 3: Polissílabas - Paroxítonas.


As palavras foram organizadas por se encaixarem em uma mesma regra de acentuação, portanto, em cada grupo, uma regra. Grupo 1: Monossílabas Tônicas; Grupo 2: Oxítonas; Grupo 3: Paroxítonas terminadas em ditongo.


As palavras foram organizadas por possuírem o mesmo número de sílabas, por isso, fazem parte de um mesmo grupo . Grupo 1: Monossílabas; Grupo 2: Dissílabas; Grupo 3: Polissílabas.    

Os sinais de pontuação são elementos com importantes funções para a progressão temática. Nesse sentido, leia o texto a seguir para responder à questão.

 

L.J.C.

 

— 5 tiros?

— É.

— Brincando de pegador?

— É. O PM pensou que...

— Hoje?

— Cedinho.

 

COELHO, M. In: FREIRE, M. (Org). Os cem menores contos brasileiros do século. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.

 

Nesse miniconto, as reticências foram utilizadas para indicar

 


a interrupção de uma ação.


a eliminação de uma ideia.


uma fala hesitante.


uma informação implícita.


uma situação incoerente.

Leia um fragmento de "O Cortiço", de Aluisio de Azevedo:

Odiavam-se. Cada qual sentia pelo outro um profundo desprezo, que pouco a pouco se foi transformando em repugnância completa. O nascimento de Zulmira veio agravar ainda mais a situação; a pobre criança, em vez de servir de elo aos dois infelizes, foi antes um novo isolador que se estabeleceu entre eles. Estela amava-a menos do que lhe pedia o instinto materno por supô-la filha do marido, e este a detestava porque tinha convicção de não ser seu pai. 

Fonte: AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 30. ed. São Paulo: Ática, 1997.

Sobre as palavras grifadas no fragmento, julgue as alternativas corretas:

I. O  "A" é artigo definido nos três casos em que foi grifado no texto.

II. O "A" é preposição em "...Pouco a pouco...", pois é invariável e liga dois termos da oração.

III. O "A" é artigo definido em "... a situação...", uma vez que é variável e define o substantivo que acompanha.

IV. O "A" é pronome do caso oblíquo em "...este a detestava...", porque está substituindo o nome Zulmira.

V.  O  "A" é pronome nos três casos, porque acompanha e substitui o nome da personagem do romance.

Marque a opção que contempla as alternativas corretas:


I, II, III, IV, V.            


I, III, IV, V.


I, III, V.     


II, III, IV.


II, III, IV, V.

De acordo com Mamede (2017, p. 36), as conjunções coordenadas "ligam orações coordenadas, isto é, orações que não exercem função sintática em outra oração." A partir do estudo feito sobre essa classe de palavras, associe as conjunções coordenativas destacadas nas frases seguintes aos seus respectivos valores semânticos.

(1) Aditiva.

(2) Explicativa.

(3) Adversativa.

(4) Alternativa.

(5) Conclusiva.

( ) Não conseguirei ir à festa, pois estou doente.

( ) Maria foi à uma consulta médica, porém não conseguiu ser atendida.

( ) Fui à escola e joguei bola.

( ) Ou estudo para a prova ou tiro nota baixa.

( ) Meu irmão estudou muito, logo deve passar de ano.

Desse modo, a alternativa correta é:                     


2, 1, 3, 4, 5.       


2, 3, 1, 4, 5.       


2, 4, 1, 5, 3.       


2, 3, 4, 5, 1.


2, 5, 4, 3, 1.

Leia o texto:

                                                               O COMPANHEIRO DE VIAGEM

André, o bom Andrezinho, menino querido e estimado por todos que o conheciam, achava-se desesperado, banhado em lágrimas, aflito, porque sabia que o seu extremoso pai estava nos paroxismos finais da vida.

Só ele velava no pequeno e desguarnecido aposento onde jazia o moribundo. A lamparina acesa derramava amortecida claridade. Era noite alta.

De súbito, o velho, quebrando o silêncio, falou:

– Sempre foste bom filho, André, e, por isso Deus te ajudará na tua peregrinação

pela terra.

Depois, olhou tristemente o filho, pela última vez; fechou os olhos para sempre e expirou. Estava morto, mas parecia dormir apenas um sono doce, calmo, tranquilo, porque morrera serenamente, como um justo, que sempre fora.

André, compreendendo a terrível realidade, chorava amargamente. Ajoelhado junto à cama, tendo entre as suas as mãos do seu amado morto, beijando-as com todo respeito, deixou-se ficar na mesma posição, sempre a chorar, até que, vencido pelo sono, exausto de fadiga, adormeceu.

Sonhou. Viu o Sol e a Lua inclinarem-se diante dele. Viu o velho, de perfeita saúde, sorrindo-se, alegre como outrora, nos seus dias de bom humor. Uma encantadora mocinha, tendo uma coroa de ouro sobre a bela cabeça ornada de louros cabelos, estendia-lhe a mão, enquanto seu pai lhe dizia: “Eis tua noiva, André. É a moça mais formosa do mundo inteiro”.

O menino despertou.

A agradável e radiante visão havia desaparecido. Ninguém se achava a seu lado: no quarto, só estavam ele e o cadáver.

No dia seguinte enterraram o morto. André acompanhou tristemente o enterro, lembrando-se que nunca mais havia de ver aquele a quem ele tanto amara, e por quem tanto fora amado. Ouviu o som da terra caindo sobre o caixão; ouviu os cantos suavíssimos das preces rezadas. E chorou. As lágrimas fizeram-lhe bem, aliviando-o.

Olhou em torno de si. O sol brilhava majestosamente, dourando as árvores verdejantes, como se quisesse dizer-lhe: “Consola-te, Andrezinho, contempla este céu, tão azul, tão sereno! É nele que está teu pai rogando a Deus para que sejas eternamente feliz.”

E, ali mesmo, no cemitério, o mocinho protestou consigo mesmo:

– Prometo que serei sempre bom, porque quero reunir-me, um dia, a meu pai, que está no céu.

Em seguida, tendo ajoelhado e rezado mais uma vez, no sepulcro do seu querido morto, retirou-se para casa, ainda triste, porém, resignado, consolado.

(PIMENTEL, Figueiredo. Histórias da Avozinha. Disponível em:< http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000137.pdf >Acesso em: 07 ago. 2018)

No trecho:

Depois, olhou tristemente o filho, pela última vez; fechou os olhos para sempre e expirou. Estava morto, mas parecia dormir apenas um sono doce, calmo, tranquilo, porque morrera serenamente, como um justo, que sempre fora.

Dos verbos destacados no trecho, encontra-se conjugado no mesmo modo e tempo verbal que ESTAVA, o verbo da opção:


fechou


morrera


fora


expirou


parecia

Leia com atenção esta passagem do texto "O companheiro de viagem":

Em seguida, tendo ajoelhado e rezado mais uma vez, no sepulcro do seu querido morto, retirou-se para casa, ainda triste, porém, resignado, consolado.

(PIMENTEL, Figueiredo. Histórias da Avozinha. Disponível em:  < http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000137.pdf >Acesso em: 07 ago. 2018)

Das palavras destacadas, é correto o que se afirma em:

I - Nas locuções verbais tendo ajoelhado e tendo rezado os verbos no Particípio do Passado, ajoelhado e rezado, indicam ações já realizadas.

II - Na expressão de lugar separada por vírgulas: ..., no sepulcro do seu querido morto,... querido é um adjetivo, porque caracteriza o substantivo morto.

III -  Na passagem: ... retirou-se para casa, ainda triste, porém, resignado, consolado.  Resignado e consolado são particípios com valor de adjetivos que indicam estado.

IV - Na expressão entre vírgulas: ..., no sepulcro do seu querido morto,... querido é um verbo no Particípio do Passado que indica o estado do morto.

V-  Na sequência: ... retirou-se para casa, ainda triste, porém, resignado, consolado.  Resignado e consolado são verbos no Particípio do Passado que indicam ações.

Marque a opção correta:


I, III, IV


I, II, III


IV e V


II e III


I, IV, V